JARDIM, OPOSIÇÃO COM VOZ GROSSA


Pode merecer da parte dos Media continentais, melhor, Lisboetas, uma campanha arrasadora e ridicularista de anos consecutivos, mas de Alberto João Jardim sabe-se bem com o que se pode contar. Não mora ali um sonso, um oportunista e alguém que precise de provar seja o que for: tem trinta anos de obra feita e de aclamação popular. Porventura, o seu populismo, se existe, é daquele tipo que elege as pessoas como prioridade e não deixa ninguém à míngua. Esta noite, fintou o mais que pôde o caminho dirigista na entrevista de Mário Crespo ao evitar esclarecer se tenciona candidar-se ou não à liderança do PSD - em boa hora o fizesse para romper o tacticismo encolhido de um partido que não existe -, e aproveitou para criticar "grupos internos" do partido por terem impedido, no passado, a sua candidatura. Qualquer um criticaria esse ranço de gente que se encolhe e não assume quaisquer bandeiras cívicas urgentes, qualquer criticismo desempoeirado e ousado às falácias infinitas governamentais, que se não faz notar e cuja oposição ao tom, estilo e deriva hegemónica socrática na verdade por não se fazer notar só pode ser conivente. Questionado em vão pelo jornalista Mário Crespo se tencionava candidatar-se à liderança do PSD, o dirigente social-democrata foi claro, perguntando: "Como é que vou assumir responsabilidades se não me querem?". Alberto João Jardim criticou o "travão" de "grupos internos e movimentações no PSD à sua candidatura, no passado, referindo que, na "última crise" do partido, foi apontado por esses "grupos" como "quarto candidato". Mas foi enquanto Luís Filipe Menezes mostrava diante de Ana Lourenço a massa inconsistente de que é feito ao minimizar a obscenidade que contemplou o Vara demissionário com o escalão 18 na CGD, uma das maiores e mais sintómáticas obscenidades do Regime que apodrece, que ali, na entrevista a Mário Crespo estava o único homem cheio de defeitos na política nacional, menos o defeito de ser hipócrita, sonso, esconso, dissimulado, sobretudo quando diz, embora Mário Crespo se esforçasse por desviá-lo daquelas palavras que desnudam, quem em dez anos de governos PS, o país foi conduzido pela mão a um alegre e festivo desastre anunciado, sobretudo com as fantasias mafiosas de este Governo das grandes bazófias e anúncios que dão em nada. Há dois homens com os quais a imprensa nacional parece nada querer e dos quais megafoniza nada esperar: Santana e Jardim. Porém um só político é infinitamente mais perigoso e egolátrico, subordinando tudo o que mexe e pensa ao seu desígnio que concebe incontornável de poder absoluto e incontestado, a bem ou a mal e, se a mal, dissimuladissimamente: José Sócrates. Nem toda a Imprensa que lhe é benígna ou paga para o ser o salvará da refulgência da verdade pisoteada e eclipsada. Pode ir tentando. O nulo será sempre nulo.

Comments

Peter said…
Destaco:

"em dez anos de governos PS, o país foi conduzido pela mão a um alegre e festivo desastre anunciado, sobretudo com as fantasias mafiosas de este Governo das grandes bazófias e anúncios que dão em nada"
Anonymous said…
Eu diria...que José Sócrates só é "perigoso e egolátrico" por que o deixamos ser! Não viesse um charuto madeirense bem grande que o tornasse afónico" de vez!...
Lura do Grilo said…
Jardim tem uma coisa rara: coluna vertebral. É inteligente e demorou a tirar o curso porque andava na boa vida, como alguns filhos de colegas meus no 1º e 2ª ano de "liberdade" universitária.
Mário Crespo nada conseguiu com ele como se viu: quem comandou foi o entrevistado.
A população da Madeira não foi até agora visitada por Sócrates o que é uma afronta para gente simpática e acolhedora como poucas no nosso país: tenho lá excelentes amigos.
Está no poder há muito tempo? Está! Mas tem obra. Mesquita Machado também está! O Presidente dos Açores: vai estando!

Popular Posts