DA IMORALIDADE MAFIOSA DO ME
1. A guerra imoral que o ME trava contra o bom senso foi perdida há muito. Ainda assim, timbre de este governo, a mesma estrutura paquidérmica faz uma aposta desesperada na ignorância geral, na insensibilidade de uma maioria para os problemas do país e no grande alheamento faccioso da Opinião Pública Nacional em face das causas e razões para o Insucesso do Desempenho Económico e a raiz de esta conflitualidade pespegada ME/Professores. O grande público nunca poderia compreender ou abarcar as minudências da perseguição e da chantagem por um ME que não tem base de confiança nem credibilidade para continuar conforme insiste em continuar. Um dos espécimes responsáveis por um sem números de asnas asneiras, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, ousa acreditar que a greve de professores de hoje vai ter uma adesão "bastante inferior" à de Dezembro. Qualquer torcionário e membro de um gangue de extorcionários e chantagistas poderia dizer o mesmo de uma vítima depois de devidamente marinada na angústia e nas sevícias a que foi submetida. É natural. O modo como se cavou a ruptura e tortuosamente se chegou até aqui, enquanto processo maligno e violento, vai sendo branqueado pelo ME porque os professores, na sua causa, estão comprimidos pela suposta imoralidade de putativamente prejudicarem os seus alunos com as greves. Eis um argumento de última hora, avulso que é a raiz da imoralidade do ME e do seu jogo de sombras. Por isso mesmo, provando que a guerra do ME e do Governo é esvaziar de Moralidade a causa dos docentes, quando a tem toda, acusa falsamente os sindicatos de "intransigência" ao promoverem uma paralisação quando estão agendadas negociações que o não são nem têm sido de todo, senão simulacro delas. E pergunta-se: será que a Opinião Pública poderá compreender o colete de forças transnegocial em que o ME envolveu os professores indivíduo a indivíduo?! Pode a Opinião Pública imaginar de que processos esconsos o ME corrói de factos consumados um ECD e um ADD que prescindiram na verdade de negociação em boa fé, implementados que foram supersonicamente, à revelia dos consensos e sobretudo nas costas dos docentes, quando mesmo os Sindicatos, enquanto estruturas arroladas para dentro da engrenagem do ME perderam contacto com a realidade concreta assim como o próprio ME, que legisla segundo desígnios abstraccionistas e critérios de erosão dos ânimos?! Pela Plataforma dos Professores, Mário Nogueira, reitera que a greve de hoje está a ter uma adesão de cerca de 90%, portanto, menos quatro por cento do que a última realizada a 3 de Dezembro, mas assegura que o número ainda pode subir. O inenarrável Valter Lemos, dentro de um penteado que recorda as infinitas vírgulas em que não acerta ao ensaiar escrever, coisa que não sabe, lá assevera: "Não comento os números. O Ministério da Educação divulgará os números oficiais da greve". Reformem o ensino. Mas primeiro reformem políticos maquiavélicos de segunda linha, imposicionistas, ignorantes. Façam o favor de eleger um Parlamento que rompa com clientelismos monstruosos que nos empobrecem a todos, que moralize vencimentos e reformas pornográficas porque incomportáveis para um país como o nosso e acabem com demagogia de um ADD que não passa de um erro de casting para permitir um saque material, espiritual e moral, esse todo a que submetem neste momento a Escola Pública.
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2. Não seria a primeira vez que Alice Vieira daria uma mãozinha ao moribundo ME. Como? Por leveza opinativa e por omissão. Naturalmente o seu diagnóstico sobre o estado a que a escola pública chegou não é inexacto, mas fica tudo dito ao abster-se de comentar e adentrar-se sobre essa outra escola de processos ínvios, antidemocráticos, lesa-multilateralismo, de processos preconceituosos e desonestos com que o ME tem adressado desprezivamente todas questões que concernem aos professores. Os livros de Alice Vieira e as suas viagens às escolas permitem-lhe aferir um conjunto de factos consabidos, dos quais se destacam a perda da autoridade que conduz à perda de qualidade, algo agudizado pela deriva legislativa descabelada do ME. Trinta anos a falar do livro “Rosa, minha irmã Rosa” aos alunos dos 3.º e 4.º anos e agora a alunos do 7.º e 8.º poderiam servir para sublinhar o papel pernicioso de este ME em apoucar e esmagar de nulidade o papel do professor, que está constrangido a fazer transitar toda a fauna de torturadores, mal educados e ignorantes que a sociedade deposita no seu colo salvador. E é aqui que Alice dá uma mãozinha a este ME com um vago: “Alguma coisa está mal”. Se escritora Alice Vieira diz que de educação percebe pouco, poderia analisar melhor como se destrói a imagem e a natureza prestigiada da docência, coisa observável e para a qual nem é preciso ser professor, basta ser uma escritorazeca: “Nunca fui professora na minha vida!”, diz. Óptimo. Que tal analisar um ME cujos titulares, além de burocratas de medíocre desempenho, não têm um percurso académico propriamente articulado, profundo e exemplar até chegarem aos títulos que ostentam?! Não conta o facto de serem todos filhos de percursos automáticos e até instantâneos até alaçarem a cruenta perna no ME?! Um escritor investiga a solidez humana e moral e a capacidade de articulação dos decisores. Não mais vivemos num tempo de generais e líderes carismáticos só porque as suas lobotomias são melhores. Ou contam connosco e nos convocam e galvanizam, ou pura e simplesmente não prestam. E este ME não presta e não deveria prestar ao um espírito supostamente sensível como o da Alice. Mas a Alice dá a mãozinha tácita ao ME. Sim, são três décadas pelas escolas a observar e a formular juízos sobre o que se passa no mundo da educação e o que é “assustador” nem é tanto professores com fraca formação, alunos que não compreendem o que aprendem. O que deveria ser Terrífico à Alice é uma lógica promanada do ME que justamente faz impender sobre os docentes essa cultura, cercando-os de despachos que a isso obrigam, fazendo-os servos não da transmissão de saberes, sabores intelectuais e valores indeléveis, indeléveis hábitos para a vida, mas de números, fax falsário como que também se denigre e apouca o Ensino em Portugal. E Alice está claramente aí a dar a sua mãozinha a um ME desautorizado e moribundo, encostado às tábuas, forcejando por resistir com os poucos argumentos que lhe restam: matar os professores com o amor que estes têm aos seus alunos, remeter para o esvaziamento de moralidade de uma causa quando, por greve legítima, se tem de faltar. Quando Alice diz que defende mais disciplina e mais autoridade para a escola terá de perguntar onde, no corpus oceânico de legislação do ME, encontra ela alguma consistência e consequência nesse sentido. Não encontra. E é confrangedor que esta Alice que dá a mãozinha ao ME reduza tudo isto a lóbi: “Saúde e Educação seriam os ministérios que nunca aceitaria!”. Talvez lhe fizesse bem meditar que nunca nada de bom veio de quem hostilizou um grupo étnico, uma orientação sexual, uma classe profissional, a eito. Se e quando o ME cair, cairá porque dividiu, denegriu e desconsiderou uma classe e porque, mentido, quis transformar um pseudo-processo de avaliação num esbulho, num processo de esmifrar pessoas. Lembrem à Alice que dá uma mãozinha ao ME que temos uma classe política a vampirar, ela sim, os recursos, o futuro, a sustentabilidade à sociedade portuguesa. Se querem poupar dinheiro com a função pública, têm de dizer a verdade, praticá-la e largarem de fazer dos professores e de outros sectores os bodes expiatórios exclusivos de uma moralização imperfeita que deixa a salvo o Governador do Banco de Portugal, os Directores Gerais das EPs e uma multidão de avençados do regime que se fazem pagar principescamente e reformar principescamente ao fim de uns meses. É por aqui que se deve começar porque é por aqui que Portugal está a morrer e a Europa está a rir de nós, um povo de tesos governado por pelintras que querem um TGV faraónico enquanto os reformados com pensões mais baixas mal comem, mal têm medicamentos, mal vivem, mal morrem. Um país Parvo assim tem de ter escritoras muito realizadas e ainda mais realizados críticos de literatura que não passam fome de caviar nem de cocktail, se escreverem do lado certo da Força.
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