INEFÁVEIS MISTIFICADORES

O século XX e XXI atestam já o grande facto de que a Justiça foi sequestrada largamente pelo poder económico e pelo poder de influência dentro da acção política. Por outras palavras, sociedades secretas como a Maçonaria, e amigos bem posicionados num governo, aqui, na Banca, ali, no Braço Judicial, determinam que um pouco por todo o mundo ocidental, para não falar no contexto geral indescritível da falta de Justiça Humana, os mais culpados e detentores de essa articulação favorável, saiam impunes dos apuros em que se metam. E arranjam-se amigos e favores porque o sexo experimentalista e outros deleites insuspeitos de personalidades colocadas lá, no inacessível dos corredores do poder, isso e a cumplicidade e amizade e o interesse aliados, são armas acabadas de chantagem a usar, em caso de necessidade ou no momento certo. Dos McCann nada sabemos. Sabemos o que todos sabem e Procuradoria-Geral da República (PGR) diz e repete: que o processo relativo ao desaparecimento de Madeleine McCann no Algarve, a 3 de Maio de 2007, só será reaberto se surgirem "factos novos, credíveis e relevantes". Isto surge reiterado porque o pai de Madeleine McCann, provando que the Show must go on, papagueou ontem a intenção de cooperar com as autoridades portuguesas no processo de procura da filha, acreditando que há passos que ainda podem ser dados na investigação, como se isto necessitasse alguma vez de ser repetido pela milionésima vez, encharcando e saturando de marketing um interesse que já não cola: "Achamos que há muito boas hipóteses de a Maddie ainda poder ser encontrada viva e de boa saúde e, por isso, queremos que a busca continue. Queremos salientar o nosso desejo de trabalhar com as autoridades tanto quanto for possível". Se de facto fosse possível e desejável, provavelmente que esta família abster-se-ia de aparentemente tudo fazer na sombra, pressente-se bem, para enfraquecer a credibilidade do ex-inspector Gonçalo obscuramente deitando um secreto fuel enganoso e denigridor do seu papel no Caso Joana. O dinheiro quando em quantidades colossais forja o que se quiser e serve efectivamente de escudo da verdade. Qualquer licenciatura obtida fraudulentamente e quaisquer hábitos esconsos assim como outras manobras ilícitas de interesse protegidas condescendentemente por insondáveis poderes, provam-no à saciedade. Não há justiça e se há é apenas porque um Oliveira e Costa ou um Vale e Azevedo servem de solitários bodes expiatórios para sossegar as opiniões mais ávidas de 'mata' e de 'enforca'. O grosso de prevaricadores escapa impune e segue agindo como sempre noutros cenários. Ora, nestes dois dias em Portugal, Gerry McCann poderia aproveitar para explicar ou confessar como é que consegue. Como é que consegue gerir este circo montado logo na primeira hora. Como é que consegue não revelar com quantas arcas frigoríficas e jogos de sombras se segue em frente na vidinha depois de um terrível e negligente acidente que nenhuma culpa assumida e eventualmente punida poderia remediar, além do imponderável estigma cósmico-mediático.