E-MAILS: ESCROQUE TECNOLÓGICO
A realidade vale para as más políticas o mesmo que os piores factos revelados para os maus políticos: nunca mais darão descanso aos visados e contaminarão a confiança. Se há uma campanha negra contra alguém provinda de um submundo de adversários, ela alimenta-se nitidamente com factos altamente comprometedores e cada vez mais nítidos e independentes dos objectivos últimos de qualquer suposta campanha subterrânea ou lógica de esse tipo. Em última analise, talvez isto rebente de uma vez por todas com as gestões danosas e duvidosas, situações ambíguas e promíscuas, que perpassam toda a Administração e que em parte explica um estado de coisas que se avolumou injusto e empobrecedor para uma vasta maioria de portugueses e de portuguesas ou inelutáveis desempregados do sistema de cunhas ou derradeiros remetidos para a mais deprimente periferia social por vergonhosa, activa e passiva exclusão, sob a promoção dos agentes do Estado. Eis então que, quanto a factos novos do caso Freeport, alguns e-mails trocados entre responsáveis da Freeport e Charles Smith, sócio da consultora Smith & Pedro, falam da data ideal para que “tudo se resolva” e que, efectivamente, corresponde ao dia em que o “outlet” de Alcochete recebeu luz verde (14 de Março de 2002). Nas mensagens é ainda referido um suposto pagamento para que a Declaração de Impacto Ambiental, essencial ao licenciamento, fosse aprovada, noticia o semanário “Sol” na sua edição de amanhã. Definitivamente, a realidade e os factos são a espada de Dâmocles de José Sócrates e um cabelo é coisa frágil onde se suspenda seja o que for.
Comments