A LUXÚRIA DO PODER ABSOLUTO

1. Numa legislatura que viu apodrecer todos os pergaminhos que restavam ao derradeiro reduto da democracia representativa, o Parlamento, com a votação desastrosa do Estatuto Político-Administrativo dos Açores, não se pode esperar nada de bom. A urgência de Poder e de Subordinação de tudo e todos que habita José Sócrates menorizam todas as instituições que a alma e a intuição de falsário ditam que controle e domine. Por isso mesmo os seus agentes, funcionarizados que estão, são em todos os aspectos títeres menores e irrelevantes. Assim convém ao Super-Salazarismo e à Luxúria pelo Poder que habita o fracamente habilitado PM. Fracassar a Democracia passa por este disseminar do deserto da confrontação de ideias. Agora que o PS chumbou hoje os projectos do PSD, Bloco de Esquerda e “Os Verdes” para suspender a avaliação dos professores, com os votos favoráveis de todos os partidos da oposição parlamentar, percebe-se que a capacidade de representar os cidadãos e de lhes beber as sugestões e vias de saída criativa não funcionam ou funcionam ainda pior com a paquidermia das Maiorias Absolutas absolutamente inoperantes e salazarentas no pior dos sentidos. O documento social-democrata contou com a abstenção dos socialistas Manuel Alegre, Teresa Portugal, Júlia Caré, Eugénia Alho e da independente socialista Matilde Sousa Franco. Obviamente, que nem o facto de se tratar de uma iniciativa reparatória anunciado pelo líder parlamentar social-democrata, Paulo Rangel, no passado dia 11, é menos urgente ou pertinente o diploma do PSD. Talvez se deva ler subalterna a tentativa de salvar o ano lectivo da crispação que o tem toldado em relação à necessária "repararação" dos estragos de imagem sobre o PSD com a ausência de 30 dos 75 deputados da maior bancada da oposição numa votação a 5 de Dezembro sobre projectos de resolução (do BE, PCP, PSD, CDS-PP e PEV) a favor da suspensão do processo de avaliação dos professores. Mas mesmo assim, a lógica representativa parlamentar está ferida de morte. Os grupos sociais e profissionais que se rebelem contra um estado de coisas imposto, fora de todo o bom senso, da sinergia de esforços e da devida participação alargada, criativa e plural, vêem-se confrontados com uma determinação esmagadoramente vesga: para salvar a face todos os recursos são admissíveis ao poder, mesmo o abismo da teimosia. Afinal, o objectivo era punir e penalizar fortissimamente os professores, ir castrando aí psíquica e economicamente aí, em cima de gente, o que se está disposto a malbaratar de todas as formas e feitios em betão por ajuste directo, em obras sumptuárias impossíveis de rendibilizar. O país e as suas forças vivas são um Fax nas mãos do birrento PM, que vai tentar meter o Rossio do Absurdo de esta Avaliação na Betesga, sem uma nesga de esperança, o que é horrível. Obviamente que contará com uma resistência brutal que fará cantar as pedras.

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2. Dentro do mais habitual espírito dos milagres mediáticos que fazem estrelas e anti-estrelas com a velocidade estonteante do Nascar, o PajamasTV acaba de contratar a mais recente estrela de análise política americana, célebre por ter confrontado o candidato Obama com o maior desassombro e a maior moral do mundo e depois ainda mais célebre pelos problemas com o Fisco ulteriormente revelados. É assim que aparentemente o negócio de canalização no Ohio foi substituído pela cobertura da invasão de Gaza pelo exército israelita. Joe the Plumber está de volta assim como perigosamente para nós Tino de Rãns, esse cromo infinito e repetido, pode a qualquer momento também estar de volta, ele que foi fruto do mesmo processo gerador de beneficiários económicos dos Media e a sua Gula por Riso e por Curiosidade automáticos e automaticamente consumíveis. O talvez mais famoso canalizador do mundo abandona ao que parece as rupturas de lavatórios e as sanitas entupidas para se dedicar a tempo inteiro à política internacional. De tal forma, que durante os próximos dias viajará para Israel, onde permanecerá 10 dias para cobrir a crise em Gaza e falar com “as pessoas da rua”, o que sempre proporcionará um ângulo especialmente diferente de alguém que gosta de confrontar seja quem for com desafios e perguntas exigentes e um atrevimento desarmante, tal e qual Tino de Rãs, menos a arcada dentária e o sorriso alarve.