ESPANHA 2018
Alarvemente, o líder perpétuo da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), o da inamovível e imprescindível ventosa de décadas na função, e as cúpulas políticas que ainda nos tutelam, viram com bons olhos bovinos a organização teoricamente conjunta com a sua congénere espanhola do Campeonato do Mundo de Futebol de 2018. Para o efeito assinaram hoje, em Lisboa, o formulário que confirma as intenções das duas entidades de se apresentarem unidas a tal organização. Nada contra. Outros países fronteiriços e rivais o fizeram. Mas a tal parte alarve de esta unificação de esforços implica considerar até que ponto em 2018 Portugal já será politicamente Espanha, cumprindo uma integração por capitulação económica a seguir à qual vem a capitulação política. Nesse caso, Espanha, mesmo que participemos, estará a organizar sozinha esse Mundial. Será assim, pelo menos a seguir-se a rota errática presente nos planos da justiça social pela injusta distribuição da riqueza e pela insistância em sucessivas aventuras sumptuárias-Estádios-a-Mais-&-TGV, as quais têm feito do nosso país infraestruturalmente apetrechado, um paraíso das construtoras, dos corruptos, das derrapagens sucessivas a 200%, e, no entanto esta completa e continuada vergonha pela miséria social que representa os rendimentos miseráveis dos mais pobres em contraste com as reformas e os rendimentos dos francamente abonados e avençados pela imoralidade de um Estado amiguista e nepótico. Um país vergonhosamente indigente na qualidade já não de vida, senão mesmo de meras condições de sobrevivência não tem futuro: demagogia e decisões incompetentes revestem os factos líquidos que cobrem de ridículo um olhar externo isento sobre o País. Pouco importa se o documento hoje assinado será enviado à FIFA nos próximos dias, se o presidente da federação espanhola, Angel Villar, tem ou guarda para si aquele paleio redondo de defender que ele e o seu homólogo português, Gilberto Madaíl, devem manter-se ligados ao processo, até à decisão da FIFA, prevista para Dezembro de 2010. Isso é ritual. O problema é mesmo o Fim de Portugal à vista, se nada fizermos não por absteção e inércia, mas por participação timorense massiva ao votarmos em quem quisermos, menos em quem muito nos mentiu, muito nos rouba e ainda mais nos despreza a inteligência reclamando a tal abominável maioria absoluta para acabar de uma vez por todas com uma sociedade que mal respira ou pensa por si mesma, para sepultar de novo uma pluralidade cívica a qual, pelo menos, permitiu, graças à expressão do seu activismo, desfazer um logro chamado OTA, mas não os gastos terríveis com o estudo de essa falácia. Ora, há muitos outros elefantes brancos, emergentes e prontos a emergir, os quais devemos abater pela Razão.
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