NOCTURNO DE DIA

... Não: o que tenho é sono.
O quê? Tanto cansaço por causa da responsabilidade,
Tanta amargura por causa de talvez se não ser célebre,
Tanto desenvolvimento de opiniões sobre a imortalidade...
O que tenho é sono, meu velho, sono...
Deixem-me ao menos ter sono; quem sabe que mais terei?
l
Álvaro de Campos, 16 de Junho, 1928

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