ASSIS, A METRALHADORA FALANTE DO PS

Tal como Miguel Relvas no PSD, Francisco Assis é das poucas metralhadoras falantes da política nacional. Prodígio de uma oralidade supersónica e vácua pró-socratina, perito na retórica política de encher socialista, a Assis não lhe foi dado compreender um aspecto que o condena a uma imensa desvantagem e a um indelével estigma no confronto com o passado governativo socratesiano, estigma esse e desvantagem essa, pelo menos parte dele e parte dela, por haver Facebook, outra parte por haver Correio da Manhã, outra por haver bloggers obstinados, outra ainda por, no fim, haver quem some dois mais dois e estranhe tanto fumo e quase nenhum fogo que consuma alguma coisa: ser do PS é, hoje, um problema monstruoso deixado, como uma bomba ao retardador, nas mãos dos remanescentes que ainda se atrevem à exposição pública. Tendo feito o que fizeram, como é que se pode ter face? Sempre que borbota um Lello ou um ASS ou mesmo um Vitalino nas TV, é a aparição negra dos membros de um gangue de rufiões afeitos ao bullying mediático. Nada mais bicudo, portanto, que a pertença a um partido que recentemente se comportou com tamanha, inimaginável, avidez em cima dos Orçamentos, contraindo dívida pública com uma leviandade forno-crematória auschwitziana  passe a hipérbole , e alijando longe a responsabilidade. Nunca será de mais repetir isto porque um País não será digno dos seus pais nem será digno dos seus filhos e netos se o não souber e não o fizer saber: em trinta e oito anos, outros foram corruptos, outros lesaram o Estado e os cidadãos muitas e muitas vezes. Mas ninguém foi tão longe como aqueles que o lula Assis se atreve a defender no tal registo metralhadora falante. Ninguém reincidiu no mais grosseiro dano à Pátria de forma tão escabrosa e grosseira como eles. Ninguém usou todas as armas do logro e do dolo em sede pública, com a sua legião de interventores mediáticos, a fim de em proveito próprio e dos amigos, dobrar pruridos, dourar pílulas, explodindo com a dívida pública e morra Sansão e quantos aqui estão. Apesar dos esforços de Luís Montenegro, no Congresso do PSD, uma vez mais imperou a suavidade na alusão aos casos e processos ultradespesistas PPP, Parque Chular, Contratos Ruinosos, suavidade na esteira nobre e correcta, ou pactuante, de Passos Coelho. Há, porém, limites para a mansidão. O que se sabe e vai sabendo com os piores efeitos e as mais gravosas repercussões  nos nossos velhos desamparados, nos nossos jovens de sucesso escolar induzidamente mentiroso e desemprego garantido a jusante da ensinomediocridade; nos nossos adultos com 30, 40, 50 anos, e, agora, ou encalhados no sórdido impasse chamado desemprego ou encalhados na outra face do mesmo impasse cretino chamado precariedade , revela com cristalina crueldade que Portugal foi violado. Repetidamente. O estuprador anda a monte. Insiste no seu pérfido estatuto de isento. Ninguém percebe porquê. Muitos declaram-no inacessível a inspecções e a escrutínios, após a vindima eleitoral, embora absolutamente imperiosos e naturais em sociedades saudáveis e normais, sugerindo que esse não é nem pode ser o caso português. Os cidadãos que se amanhem com todos os sinais do saque.

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