PSD E A DECADÊNCIA DO BLOCO CONCÊNTRICO
«Nem toda a história do PSD é linear, há
momentos em que se caiu numa lógica de
gestão de interesses no “bloco central”,
ou se permitiu uma viragem à direita, com
Durão Barroso, e com Santana Lopes,
roçando-se um populismo e um culto da
personalidade, que abriu caminho a uma
diluição programática. Por outro lado,
a qualidade da governação, que tinha
sido um ponto de honra na AD, perdeu-se com o acesso ao poder de muita gente
impreparada ou ligada a interesses, que
ajudou a retirar ao PSD o prestígio da boa
governação. Na oposição, com excepção
do momento de patologia de Menezes,
quer Marques Mendes, quer Marcelo
Rebelo de Sousa, quer Manuela Ferreira
Leite tentaram introduzir alguma sanidade
interna e algum rigor nas posições, mas
todos falharam às mãos da degenerescência
oligárquica no seio do aparelho partidário.
Permitiu-se, como no PS, uma captura de
um partido democrático por um aparelho
de poder interno, muitas vezes medíocre,
interesseiro e corrupto.» JPP, Público, 17, Março, 2012
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