DO JUÍZO DÚCTIL NO FUTEBOLÊS
Além do endeusamento universal da equipa do FC Barcelona que induz à indulgente cegueira ou ao duplo juízo, o vício de chorar perante arbitragens tornou-se, na sua admissão ou rejeição, qualquer coisa de tão flexível ou dúctil como as pernas da contorcionista chinesa que lhe embrulham o tórax. Se for o FC Porto a protestar com as arbitragens com demonstrações milimétricas em vídeo, ui que não se admite e tal. Se for Mourinho, pelo Real Madrid, a denunciar, como um guerreiro, roubos, a gritar aqui d'el-Rei quando as arbitragens fazem serviços sujos, é mediatismo do conflito e também não pode. Neste mundo, só o Benfica e o FC Barcelona podem dizer o que quiserem e como quiserem das arbitragens. Jorge Jesus, por exemplo, já superou os limites da decência algumas vezes. Mas nada aconteceu. O Sporting não conta. Demasiado a história do menino e do lobo.
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