FANTASIA PRELIMINAR

Segue-se uma caricatura literária, uma incursão pelo mundo da conotação e da fantasia, à guisa de preliminar ao clássico. O cenário é o do Estádio da Luz, repleto. No centro do relvado, um estrado preparado para que Pinto da Costa e Luís Filipe Vieira se defrontem em luta greco-romana. O ambiente é explosivo quando os dois atletas sobem com o fatinho justinho da praxe. Abre-se um bruá monumental na catedral. Na tentativa de que nenhum deles veja colar-se o próprio flanco ou o quadril ao solo, a arte de resistir às investidas adversárias impõe-se. Agarrado pelas orelhas, FV comprime o abdómen de PC, com um golpe de rins. «Toma! Isto é por conta do apito!»  resmunga. «Carago, parece que é lorpa este!», sibila o outro. E é aí, no auge da refrega que, derradeiramente empatados, Vieira dá por si a perder estamina e a desfalecer, gaseado. Se não fosse pela força, Pinto da Costa teria de vencer pelo flato.

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