PASSOS DÁ A CARA A TODOS OS INSULTOS

A chuva de insultos de que Passos Coelho tem sido alvo, aonde quer que vá, parece não o desconfortar demasiado. Parto do princípio de que os aceita como preço e contraponto em face das medidas contundentes tomadas para corrigir a dívida massiva e descontrolada herdada do passado recente e os aceita até como oportunidade para capitalizar algum prestígio por um certo martírio redentor, tendo em conta que o discurso pré-eleitoral do PSD foi brutalmente rasurado, mal se tornou Poder. Por essas e por outras, as gentes apostrofam Coelho, cujo rosto se mantém sorridente. Se for interpelado, naquela crispada exaltação desesperada de tantos de nós, nas nossas dores, dificuldades e angústias, Passos dialoga, responde, força-se a uma serenidade e a uma coragem que desarmam. Tudo muito bem. Não sei o que poderá suceder se o PM se dispuser fisicamente a todas as munições verbais ou outras que o putativo recrudescimento da rua prepare, mas sei duas coisas: 1. o Governo terá de demonstrar mais sensibilidade à vida real dos portugueses. Ora se o confisco geral foi supersónico, a renegociação das PPP não se vislumbra e os favores à Banca mostram-se sempre pródigos e céleres. Isto soa, sabe e parece obsceno. 2. Insulto por insulto, seria melhor que se organizassem excursões raivosas de portugueses chulados a Paris a fim de insultar à vontadinha quem, para começo de conversa, nos deixou a nós e às nossas contas virados do avesso.  

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